terça-feira, 16 de agosto de 2011

Patropi, Fofão, Juvenal, Sócrates, Charles e Ranulpho

Orival Pessini, o homem por trás do boneco mais amado da Turma do Balão Mágico

Nasceu em São Paulo em 06ago1944. Começou no teatro amador. Estreou como profissional no ano de 1963 na TV TUPI no programa infantil “Quem conta um conto”.
Participou como ator e criador de figuras/bonecos para comerciais: Jarrão da K-Suco, Campanha da AACD, Tigre da Kellogs, Produtos Peixe Abrem um Apetite de Lobo, etc.
O primeiro sucesso aconteceu no programa “Planeta dos Homens” da Rede Globo de 1976 a 1982, com os personagens “Sócrates e Charles” - macacos.
Em 1983 criou o “Fofão” para o Programa “Balão Mágico”, programa que se tornou um enorme sucesso na Rede Globo de 1983 a 1986.
Em 1986 transfere-se para a Rede Bandeirantes e cria o programa infantil “TV FOFÃO”, tornando-se um dos grandes índices de audiência da emissora, permanecendo até 1989.
Em 1988 além do TV FOFÃO”, estréia na mesma emissora um novo personagem no Programa “Praça Brasil”, era o PATROPI, outro grande sucesso.
Em 1989 é convidado pelo SBT para integrar o elenco da “Praça é Nossa” onde além do Patropi, lança também “locutor” JUVENAL, ...numa velocidade!

Desde 1983, o Fofão, ser misterioso vindo do planeta Fofolândia, está na Terra passando um tempo enquanto sua mãe faz o almoço. Afinal, ele é jovem ainda, “pouco mais de oito milhõezinhos de anos...”, diz Orival Pessini, o homem por trás do boneco que surgiu no programa infantil “A Turma do Balão Mágico”, na Globo. Pelo visto, a mãe de Fofão continua fazendo o tal do almoço. Afinal, ele está por essas bandas há 26 anos, e até hoje ainda desperta emoção nas crianças e nos adultos – as crianças de ontem.

Muitos deles choram, querem apertar a bochecha, às vezes preciso de reforço na segurança, conta Orival. Certa vez, encontrei a atriz Adriana Lessa em um programa de TV, mas eu já havia tirado a fantasia. Foi só falar com a voz do Fofão ao pé do ouvido, que ela começou a chorar. O personagem relembra uma fase boa da vida das pessoas, que é a infância, avalia.

O ator, hoje com 65 anos, conta que sempre trabalhou com máscaras que ele mesmo criou. Faço as máscaras em uma cabeça de gesso, feita nos moldes da minha própria cabeça. Inspirou-se nos anos 70, ao assistir o “Chico Anysio Show”, em que o humorista interpretava vários personagens. Autodidata, Orival aprendeu sozinho a fazer esculturas, e depois foi atrás de fábricas de látex para criar as máscaras. Seus primeiros personagens de destaque na televisão foram os macacos Sócrates e Charles. O programa era “Planeta dos Homens” (1976 a 1982) e tinha no elenco Jô Soares, Paulo Silvino, Costinha, Agildo Ribeiro e outros comediantes.

Aí o Boni me pediu para criar um personagem infantil. Eu nunca tinha feito nada para crianças, os macacos eram divertidos, mas tinham um viés político. Como na época estava na moda o E.T. (do filme de Steven Spielberg), feio mas com um grande coração, resolvi criar algo no gênero. O Fofão acabou sendo uma mistura de urso, cachorro, palhaço, gente, tem de tudo. O bochechão dele virou sucesso absoluto, lembra o ator. Junto com Fofão surgiu o “Balão Mágico”, apresentado por ele e por Simony. No início, Fofão não falava, mas o personagem ganhou espaço ao tomar a sopa de letrinhas que a menina lhe dava. A Simony tinha só seis anos, mal sabia ler. Eu a ajudava a decorar as falas. Por isso o personagem precisou crescer, explica.

Fofão ficou tão famoso que virou boneco e vendeu cerca de quatro milhões de unidades. Era um presente tanto para meninos como para meninas. No dia dos namorados, em 1986, as lojas precisaram pedir uma nova remessa, pois os rapazes estavam dando bonecos do Fofão em vez de ursos de pelúcia, conta Orival.

Além de Fofão, Orival também é conhecido por personagens como o estudante “riponga” Patropi, o sexólogo Ranulpho, o faz-tudo Juvenal, entre outros. Todos com máscaras feitas pelo próprio ator. O fato de sempre aparecer mascarado na TV o fez passar por situações engraçadas. Como, por exemplo, ouvir comentários na rua sobre seus personagens, ou ver uma criança segurando um boneco do Fofão, sem que ela soubesse que o Fofão em pessoa estava bem ali ao lado. Eu costumo brincar que sou o ator mais famoso desconhecido do Brasil, ri Pessini, que diz não sentir falta de ser reconhecido. Em quase 30 anos de “fofura”, Orival teve diversos momentos marcantes. Um deles aconteceu em um show no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte, mais de 20 mil pessoas presentes. Antes do espetáculo começar, um pai chegou com um menino de 13 anos na cadeira de rodas. Ele não falava nem andava, mas adorava ver o Fofão na TV. Eu abracei o menino e comecei a falar com ele com a voz típica do personagem. O menino ficou numa alegria tão grande que murmurou o nome do Fofão. Foi uma surpresa para o pai, que de tão emocionado começou a chorar.

Outra lembrança boa é do Fortal de 2007(carnaval fora de época em Fortaleza), quando, vestido de Fofão, Orival pulou por 1h30 no trio elétrico ao lado de Ivete Sangalo. Quando ela me viu fantasiado, me deu um abraço e disse que amava o Fofão. Contou que o sonho dela era ter um boneco do personagem. Mas como o pai tinha seis filhos, não dava para comprar tudo que ela pedia sempre, conta.

Para quem acha que se vestir de Fofão dá um trabalho danado, Orival explica que fica caracterizado em segundos. Além disso, a roupa não esquenta nem pesa. O macacão é feito de um jeans, bem largo. A camiseta é de algodão, e o tecido foi feito especialmente para o personagem. As mãos e os pés que esquentam mais, pois são feitos de lã, diz o ator, que apesar de parecer enorme na TV, tem o tamanho do brasileiro médio, 1,73m. É que o Fofão é cabeçudo...Que bonitinho! (risos), brinca Orival, imitando o personagem.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

38ª Salão inter humor de Piracicaba

O humor já está em Piracicaba. "Cidadão" cativo da cidade paulista, o Salão Internacional de humor chega a seu 38º ano com uma importante marca: 4032 trabalhos inscritos, número recorde da história do salão. Ao todo, 948 artistas de 65 países marcaram presença com seus traços nesta edição e foi a primeira vez que o salão aceitou inscrições pela internet para todas as categorias: charge, caricatura, cartum, tiras e vanguarda (categoria para trabalhos que abordem alimentação, tema escolhido pela organização).

Com a "abertura" para a internet, o salto no número de trabalhos inscritos era esperado. "Não é tanta surpresa pra gente esses quatro mil trabalhos. Dobrou em relação ao ano passado, nunca chegamos a essa marca. Com o advento das redes sociais, todo o trabalho de mudança do site, o apoio da mídia, o convênio com a prefeitura, parceria com Intercom, tudo isso contribuiu para que tivéssemos esse volume de trabalhos", avalia Rosângela Camolese, secretária municipal da ação cultural de Piracicaba.

No entanto, Adolpho Queiroz, um dos fundadores e presidente do 38º salão, acredita que essa explosão de inscrições revela uma necessidade de refletir sobre o salão. "A chegada da internet esse ano fez com que o salão tivesse um volume de inscrição nunca imaginado. As redes sociais e os vários movimentos de artistas que temos no mundo nos ajudaram este ano. Tenho impressão de que com a internet muita coisa vai mudar e temos que nos organizar e repensar o salão", analisa.

Além disso, Queiroz destaca o mérito da longevidade do evento. Muitos salões internacionais de humor e iniciativas culturais desse tipo, não conseguem sobreviver por tantos anos. "Acho que o grande mérito do salão e da perenidade é o apoio da prefeitura. É um projeto modesto, quatro pessoas carregam um salão que é enorme. A prefeitura apoia desde o início e isso é bom. É bom porque nos deu essa visibilidade, condições mínimas para fazer o salão, mas nós estamos precisando fazer uma grande discussão com os artistas e organizadores porque o salão precisa de uma reorganização", diz.

Nos últimos dias 6 e 7 de agosto, os mais de quatro mil trabalhos foram analisados pelo júri de seleção do salão. Cerca de 300 já foram escolhidos para compor a exposição do evento. A próxima etapa é realizada pelo júri de premiação. A abertura do 38º Salão Internacional de Humor de Piracicaba ocorre no dia 27 de agosto.

Apesar da amplitude do protesto, apoiado por sites e associações de todo o mundo, a destituição de Zetti "só fez crescer o salão", avalia Luiz Antônio Lopes Fagundes, à frente do encontro desde fevereiro.

"No fundo, o trabalho deles na campanha contra o Salão, só ajudou. Os órgãos públicos se empenharam ainda mais. Nós dependemos deles [dos cartunistas], mas eles também dependem da gente, não é um salãozinho qualquer. Eles são como filhos do Salão e seria como se revoltar contra o próprio pai", brincou Fagundes.

"Há males que vêm para o bem. O salão estava acomodado, na mesmice, e conseguimos repaginar todo o evento", afirmou a respeito do desligamento da antiga presidente. "Criamos um site próprio, o domínio era de terceiros; com informação desatualizada. Tivemos que comprar o site", conta.

Segundo Fagundes, a mudança na diretoria do Salão contribuiu para garantir a isonomia dos jurados. "A comissão julgadora, pela primeira vez, não olha o nome do cartunista para julgar. Primeiro avalia, depois vai ver quem era. Ou seja, você faz uma seleção de qualidade, não de amizade", observou.

"Só quem vier ao Salão vai entender o afastamento da antiga diretora", disse Fagundes.

O cartunista Ziraldo não participará da abertura do Salão, mas confirmou presença para o próximo dia 13 de setembro, ocasião em que irá inaugurar, na cidade de Piracicaba, exposição paralela de quadros feitos em homenagem aos 37 anos do encontro. Em fevereiro, à época do afastamento de Zetti, Ziraldo chegou a declarar-se contrariado com a medida e corroborou um eventual boicote.

Vencedores 37º Salão Inter Humor Piracicaba 2010


O 37º Salão Internacional do Humor de Piracicaba divulgou os trabalhos premiados no último sábado (28), na festa de abertura do evento. O artista baiano radicado em São Paulo Tiago Hoisel Ferraz levou o Grande Prêmio e o primeiro lugar na categoria Cartum.

O Salão do Humor deste ano recebeu 1.752 trabalhos de 613 autores, brasileiros e estrangeiros, superando a marca de 2009, quando o evento recebeu 1.261 trabalhos de 498 artistas. As 275 obras selecionadas ficarão expostas ao público até o dia 17 de outubro.

As categorias premiadas na 37ª edição do Salão foram: Cartum, Charge, Caricatura, Tira e Vanguarda. O júri foi composto pelos cartunistas Walmir Américo Orlandelli, Raimundo Rucke Santos Souza e Octávio Novaes de Oliveira; pelos jornalistas Adolpho Queiroz, Erik Tedesco e Luiza Villaméa; e pelo arquiteto Fausto Longo.

Os outros vencedores do Salão do Humor 2010 foram:
Prêmio Caricatura - Lézio Custódio Junior (SP)
Prêmio Charge - José Antônio Costa (PI)
Prêmio Meio Ambiente/Internet - Angél Boligán (Cidade do México)
Prêmio Tira - Anderson de Oliveira Delfino (SP)
Prêmio Câmara - Cláudia Lucia Cabrera Kfouri (SP)
Menção Honrosa Cartum - Abroian Vladimir (Armênia)
Menção Honrosa Caricatura - Luciano Irrthum (MG)

Arte é...