terça-feira, 5 de abril de 2011

Abelardo Pinto - o palhaço Piolin (movie: Tico Tico no Fubá)

Nascido em Ribeirão Preto, 27 de Março de 1897 — São Paulo, 4 de Setembro de 1973, foi um palhaço brasileiro. É considerado um grande representante do meio circense, onde destacava-se pela grande criatividade cômica, além da habilidade como ginasta e equilibrista.

Abelardo nasceu no Circo Americano, em Ribeirão Preto. Filho de artistas circenses, conquistou o reconhecimento dos intelectuais da Semana da Arte Moderna, movimento artístico e literário realizado no Brasil em fevereiro de 1922, como exemplo de artista genuinamente brasileiro e popular. Seu apelido, que se refere a um tipo de barbante, é devido à sua estrutura física: magro e de pernas compridas. Manteve por mais de 30 anos, junto com filhos e sobrinhos, no Largo do Paissandu, em São Paulo, o Circo Piolin. Foi considerado "o maior palhaço do mundo".

Projeto: Praça do Piolin - Monumento público para a cidade de Ribeirão Preto/SP em memória do Palhaço Abelardo Pinto, o Piolin, baseado no Livro: "A Trajetória Iluminada do Maior Palhaço Brasileiro" da escritora Jair Yanni. Projeto artístico do artista plástico e arquiteto e urbanista Roberto Bérgamo.
Washington Luis, presidente da república deposto pela Revolução de 1930, era um dos seus admiradores e costumava assisti-lo. O dia de seu nascimento foi escolhido para a data comemorativa do Dia do Circo no Brasil. Foi pai da atriz Ana Ariel, falecida em 2004.











George Savalla Gomes - O palhaço Carequinha

Nascido em Rio Bonito, 18 de julho de 1915 — São Gonçalo, 5 de abril de 2006, mais conhecido pelo nome Carequinha, foi um dos mais notórios palhaços brasileiros.

George Savalla Gomes nasceu numa família circense, na cidade de Rio Bonito, interior do estado do Rio de Janeiro. Seus pais eram os trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes (George literalmente nasceu no circo, pois sua mãe grávida estava fazendo performance de trapézio quando entrou em trabalho de parto em pleno picadeiro). Deu início à sua carreira como palhaço Carequinha aos cinco anos de idade, no circo de sua família, quando este estava em apresentação em Carangola, cidade do interior do estado de Minas Gerais. Aos doze era palhaço oficial do Circo Ocidental, pertencente ao seu padrasto.

Em 1938, estreou como cantor na Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro, no programa Picolino.
Já na televisão brasileira teve como marco o fato de ter sido o primeiro palhaço a ter um programa, o "Circo Bombril" (posteriormente rebatizado "Circo do Carequinha"), programa que comandou por 16 anos na TV Tupi nas décadas de 1950 e 1960. Ainda nos anos 1960, num dia de domingo, Carequinha fez um programa na TV Piratini de Porto Alegre. O produtor do programa o abordou dizendo "os gaúchos conhecem o Carequinha devido ao programa do Rio de Janeiro transmitido em rede. Mas eles querem você ao vivo aqui no Rio Grande do Sul. Queremos fazer seus programas todos os domingos", afirmou. Carequinha, então, entrou em contato com um empresário chamado Nelson e depois do encerramento de cada programa dominical, às 16h, saía para as mais diversas cidades gaúchas, como Caxias do Sul, São Leopoldo, Uruguaiana e até Rivera, no Uruguai, para apresentar o seu circo até terça-feira, quando retornava para o Rio de Janeiro, a realizar o seu programa na TV Tupi, nas quintas-feiras. Aos sábados, apresentava o seu circo na TV Curitiba. Assim, era comum no final do programa anúncios como "Alô garotada de Uruguaiana, Carequinha e o seu circo estarão aí…". O palhaço e a sua troupe (Fred, Zumbi, Meio Quilo e cia.) costumavam se hospedar em Porto Alegre no antigo Hotel Majestic, hoje a Casa de Cultura Mário Quintana. O vendedor e representante da Copacabana Discos (gravadora do Carequinha) em Porto Alegre, o Jajá (Jairo Juliano), foi convidado por Carequinha a ser o apresentador do seu programa nessa época. Carequinha também apresentou o seu circo na TV Gaúcha, que foi o embrião da Rede Brasil Sul de Comunicações (RBS) e finalmente, na TV Difusora (pioneira na transmissão ao vivo de um evento nacional em cores: A Festa da Uva, 1972) anunciando os desenhos animados da garotada, além de apresentar nas tardes de sábado o programa americano "O Circo". Vale destacar que Carequinha, participante do início da TV Tupi – Rio, também estava no estágio final da citada televisão com o programa local, "O Circo do Carequinha". Em 1976 o cineasta Roberto Machado Junior fez um documentário sobre Carequinha que teve o próprio palhaço como autor do roteiro.

Nos anos 1980, apresentou um programa infantil chamado Circo Alegre, na extinta TV Manchete. O Circo Alegre tinha a assistência da ajudante Paulinha e das professoras da Escola de Dança Sininho de Ouro, de Niterói (RJ). Na TV Manchete, ele gravava um programa de oito horas por dia para uma semana inteira e a empresária Marlene Mattos era a sua assessora. Após dois anos e meio de "Circo Alegre", com a saída de Carequinha, as características fundamentais do seu programa foram incorporados pelo de Xuxa, O "Clube da Criança". "Eu inventei essas brincadeiras com crianças, tão comuns hoje nos programas infantis. Eu as pegava para dar cambalhota, rodar bambolê, calçar sapatos, vestir paletó primeiro, brincadeiras com maçã e furar bolas", conta o palhaço. Na Globo, participou do programa Escolinha do Professor Raimundo e da novela As Três Marias. Seu último trabalho na televisão foi na Rede Globo, com uma participação na minissérie Hoje é dia de Maria em 2005.

Aos noventa anos, o artista morreu em sua casa em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Durante a madrugada, ele queixou-se de falta de ar e dores no peito, e morreu antes de receber atendimento médico. Foi enterrado no dia seguinte, no cemitério de São Miguel, na mesma cidade. Seu terno colorido, com o qual sempre se apresentava em seus espetáculos, foi também posto no caixão e assim enterrado juntamente com o corpo do artista. O local tem grande valor simbólico, neste cemitério estão a maior parte das 400 vítimas de um incidente de um circo ocorrido em 1961, na cidade de Niterói - o incêndio no Gran Circus Norte Americano.

Durante anos, o artista expressou publicamente (em entrevistas para jornais e para a televisão) sua intenção de ser enterrado com a cara pintada - segundo ele, para "alegrar os mortos". Seu desejo não foi atendido pela família, que exigiu que ele fosse enterrado com a cara limpa. No entanto, permitiram que ele fosse sepultado vestindo uma roupa de palhaço.

Carequinha agitava a criançada com seu bordão "Tá certo ou não tá?". Por várias gerações levou alegria a milhões de espectadores. Ainda ativo, no alto dos seus noventa anos, continuava alegrando e educando com suas músicas. Natural da cidade de Rio Bonito, Rio de Janeiro, residia na cidade de São Gonçalo, também no estado do Rio. Iniciou sua carreira com cinco anos de idade e atuou em diversos circos nacionais e internacionais. Carequinha foi o primeiro artista circense a fazer sucesso na televisão, sendo pioneiro (no Brasil) no formato de programas infantis de auditório que até hoje fazem sucesso. Gravou 26 discos, fez filmes e colocou sua marca em diversos produtos infantis. Seu vasto repertório musical, quase integralmente formado por cantigas de roda, constitui hoje, clássicos da música infanto-juvenil, folclórica e carnavalesca. Dentre elas, destacam-se "Sapo Cururu", "Marcha Soldado", "Escravos de Jó", "Samba Lelê", e dezenas de outros.

Gosto daqui. E, além do mais, moro perto do cemitério. Quando eu morrer não vou dar trabalho a ninguém. Vou a pé para lá. — Carequinha

O palhaço Carequinha é considerado por muitos como um patrimônio da cultura brasileira. Suas músicas estiveram sempre entre os maiores sucessos muito no carnaval, como "Garota Travessa", "Carnaval JK", "O bom menino" (aquele que "não faz xixi na cama"), e tantas outras. Carequinha atravessou várias gerações como ídolo infantil. Apresentou-se para vários presidentes, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, passando pelos generais do regime militar e recebendo condecoração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Waldemar Seyssel (Arrelia) e Pimentinha

Nascido em Jaguariaíva, 31 de dezembro de 1905 — 23 de maio de 2005, foi um ator, humorista e palhaço brasileiro.

O palhaço Arrelia tornou-se um mito das crianças paulistanas. As matinês do circo e posteriormente o "Cirquinho do Arrelia" da TV Record (de 1955 a 1966) fizeram parte do cotidiano da família paulistana. Ele deixou como marca registrada nessa cidade o popular refrão "COMO VAI, COMO VAI, COMO VAI? EU VOU BEM, MUITO BEM... BEM... BEM!".

Waldemar Seyssel, o famoso palhaço Arrelia, veio de uma família que se confunde com a história do circo no Brasil. Ele começou a atuar com seis meses de idade, no circo chileno de seu tio, irmão de sua mãe. Sua família começou a se dedicar ao circo a partir do avô paterno – Julio Seyssel, que nasceu e vivia na França. Era professor da Sorbonne, quando conheceu uma jovem espanhola, artista de um circo que excursionava pelo o país. Fazia acrobacias em cima do cavalo e Júlio apaixonou-se por ela. Sua família não queria o casamento, mas os dois resolveram se casar mesmo assim. Júlio deixou o cargo de professor e foi morar no circo. Tornou-se apresentador de números circenses. O casal acabou vindo para o Brasil com o Grande Circo inglês dos Irmãos Charles e ao invés de prosseguir com a excursão para outros paises, ficou por aqui mesmo, dando origem a uma linguagem circense: filhos e netos, dedicados a arte circense. Arrelia tem mais cinco irmãos que foram do circo. O palhaço Pimentinha, Walter Seyssel é filho de Paulo Seyssel, o palhaço Aleluia, irmão de Arrelia.

Depois de longos anos de trabalho dentro do circo, ele resolveu trocar o picadeiro pela televisão. Foi o primeiro da sua família a abandonar o circo pois falava que o circo não dava dinheiro suficiente para viver. Em 1958, foi a vez de seus irmãos entrarem na TV e foram trabalhar com ele na TV Record.


Ele próprio diz ser um palhaço bem diferente. Alto e desengonçado, quando todos os palhaços excêntricos são baixos, sem sapatos de bicos imensos e finos e sem bengalas compridas, falando difícil sem saber e errando sempre. Enfim, é um tipo de rua, “um misto de gente que encontrei no circo, teatro, cinema, TV e na própria rua. Um tipo que vai indo aos trambolhões, mas vai indo, mesmo sem instrução e metido a sebo”, fala Arrelia. Ele acredita muito no estudo acurado do personagem, que vai representar e o sucesso depende muito disso, e por isso mesmo acha que a escola de circo será um sucesso pleno. “A forma com que as crianças me procuram, prova não só o interesse que elas têm pelo palhaço Arrelia, mas também o interesse que elas têm pelo espetáculo circense em geral”. Definindo-se como palhaço fora de órbita, Arrelia cita grandes nomes da sua arte: Eduardo Neves, Benjamim de Oliveira, Polidoro, Caetano Namba, Serrano, Alcebíades e Henrique Seyssel, seu irmão e parceiro.



Waldemar Seyssel começou em circo, saltando, passando depois pelo trapézio, pela cama elástica e em outras acrobacias, com seus dois irmãos, Henrique e Paulo. Mas quando o pai cansado deixou o circo, substituiu o nome artístico, usando o apelido de família que seu tio Henrique lhe dera: Arrelia. Seu primeiro parceiro foi o ator Feliz Batista, que fazia o palhaço de cara branca, vindo depois o irmão Henrique Sobrinho e finalmente, quando deixou o circo, em 1953, pela televisão, outro parceiro foi o palhaço Pimentinha, seu sobrinho.

José Abelardo Barbosa de Medeiros - CHACRINHA


Nascido em Surubim, 30 de setembro de 1917 - Rio de Janeiro, 30 de junho de 1988, mais conhecido como Chacrinha, foi um brasileiro comediante e personalidade de rádio e TV. Começou como um apresentador de rádio e em seguida, teve grande sucesso e polêmica inspirada com seu senso de humor anárquico ao hospedar vários programas de TV na Globo e outras redes no 50s, 60s, 70s e 80s. Ele interrompia os números musicais de grandes estrelas, como um som de buzina Harpo Marx, enquanto zombando dos hóspedes e jogar bacalhau para a platéia. Ele cunhou a frase brasileira:
Na televisão, nada se cria, tudo se copia.
Ele introduziu muitos novos artistas em seus programas de TV, como Roberto Carlos, Paulo Sérgio, Guilherme Arantes, Raul Seixas, e muitos outros. Desde 1970 ele é conhecido como "Velho Guerreiro" uma homenagem feita pelo cantor e compositor brasileiro Gilberto Gil.

Em 30 de outubro de 2009, um documentário sobre Chacrinha foi lançado no Brasil. O filme, dirigido pelo brasileiro cineasta Nelson Hoineff, foi intitulado Alô Alô Terezinha (expressão constantemente citado por Chacrinha na TV)


Programa "Por Toda Minha Vida" exibido em 24/07/2008, direitos à Rede Glodo de Televisão




Urtigão


Urtigão (no original: Hard Haid Moe) é uma personagem de banda desenhada dos estúdios de Walt Disney. Foi criado por Dick Kinney e Al Hubbard. Urtigão é um caipira bastante temperamental, que mora em um brejo perto de Patópolis, com seu dorminhoco cachorro e fiel companheiro Cão, e ainda, com sua governanta Firmina (criação brasileira). Sua primeira aparição em bandas desenhadas ocorreu em uma revista do Pato Donald, na história It's Music? (outubro de 1964), publicada no Brasil na revista "Mickey" 166 em 1966, com o título Aqui Está O "Nhum-Nhum-Nhum".
Na década de 1960 e 1970, fez aparições em várias histórias de Peninha, seu antagonista.
Tornou-se popular no Brasil, tendo sua própria revista entre 1987 e 1994.


Trecho do famoso filme "Tristeza do Jeca" do querido Amácio Mazzaropi, rodado em 1961.

Ubbe Ert Iwwerks (Ub Iwerks)

Nascido no Kansas City, 24 de Março de 1901 — Burbank, 7 de Julho de 1971, foi um desenhador norte-americano que criou o personagem Mickey Mouse para a Disney e era filho de Uert Ubbe Iwwerks, um imigrante que chegou aos Estados Unidos da América em 1869, provindo de uma pequena aldeia chamada Uttum, na Frísia Oriental (Baixa Saxónia) um local que fica no noroeste da Alemanha. Muitos anos depois, quando começou a trabalhar profissionalmente simplificou seu nome para Ub Iwerks, como é conhecido até os dias atuais.

A amizade entre Iwerks e Disney começou em 1919, quando os dois trabalhavam na mesma empresa, a Pesman Art Studio, na cidade de Kansas City. Um ano depois, os dois fundaram a sua própria companhia denominada Iwerks-Disney Commercial Arts, que não durou muito tempo e teve de ser fechada. Pouco tempo depois, Iwerks e Disney foram trabalhar para a Kansas City Films e pouco tempo depois, em 1922, devido ao espírito empreendedor, Disney funda a sua nova empresa denominada Laugh-O-Gram Films, à qual Walt passou a se dedicar de corpo e alma. Não tardou muito para que o seu amigo Iwerk se juntasse a ele, onde passou a ser o responsável pela criação do estilo distintivo de Disney durante as primeiras animações. Mas novamente a empresa não conseguia dar lucros e teve de ser fechada logo em seguida em 1923. Diante disso, Disney e Iwerks resolveram tentar a sorte em Los Angeles, Hollywood, onde fundaram outro estúdio, a Disney Brother´s Studio, neste mesmo ano, onde prestavam serviços para outras séries animadas. Com o decorrer do tempo, a pedido de Disney, Iwerks começou a trabalhar num novo personagem e assim, pouco tempo depois surge o primeiro personagem da empresa chamado Oswald, que mais tarde foi redesenhada para a Universal Pictures, que concordou em distribuir a nova série de desenhos animados em 1927. Mas, o sucesso de Disney durou pouco, pois na primavera de 1928, Walt não tinha mais o controle sobre o personagem Oswald e muitas das pessoas que trabalhavam para ele acabaram deixando a empresa indo trabalhar em outras companhias.[5] Disney também rompeu o contrato com a Universal e pediu para Iwerks trabalhar num novo projecto através das suas ideias na criação de novos personagens.

A primeira aventura do Rato Mickey aconteceu em "Silly Symphonies", um desenho animado quase que completamente animado por Iwerks. Com o passar do tempo, Iwerks começou a sentir-se rejeitado, incapaz de atender a todas as solicitações e à severidade do comando de Disney. Também passou a sentir que não estava a receber os devidos créditos pelos personagens que ele criara para a Disney e isso acabou por gerar um conflito entre os dois e a amizade entre ambos acabou por ficar bastante abalada. Isso chamou a atenção de muitos financeiros, como Pat Powers que começou a suspeitar que Iwerks era o principal responsável pelo sucesso de Disney e com o rompimento dos dois, Powers ofereceu a Iwerks financiamento para que ele pudesse abrir o seu próprio estúdio.
Iwerks aceitou o financiamento e fundou a The Iwerks Studio passando a competir directamente com Disney no mercado da animação. Por outro lado, com a saída de Iwerks, Disney passou imediatamente a prover o estúdio, com novos jovens animadores talentosos. Iwerks conseguiu um contrato com a Metro-Goldwyn-Mayer, que passou a distribuir as suas animações.

A primeira série animada desta nova produtora foi "Flip the Frog", um personagem muito semelhante ao Rato Mickey, só que ao invés de um rato era uma rã. Flip protagonizou 36 curtas-metragens, mas nunca conseguiu alcançar o sucesso previsto por Iwerks e também pelos seus patrocinadores. Nessa mesma época, Iwerks criou um curta-metragem chamada "Fiddlesticks" onde utilizou pela primeira vez a técnica de Technicolor. Com o insucesso de "Flip the Frog", Iwerks em 1933 criou uma nova série "Willie Whopper", que mostrava as aventuras de um garoto muito travesso, mas a sua vida cinematográfica não passou de um ano. O estúdio de Iwerks também realizou uma série denominada "ComiColor Cartoons", que tinha um estilo muito semelhante ao "Silly Symphonies" do seu tempo na Disney e utilizou pela primeira uma nova técnica, a CineColor. Mas apesar de todas essas inovações e criatividade, o estúdio de Iwerks não conseguia competir com a Disney e nem tão pouco com os irmãos Fleischer. Com todos esses problemas, Powers retirou a sua ajuda financeira e o estúdio teve o seu fecho decretado.

Mediante todas essas circunstâncias, Iwerks foi trabalhar para a Screen Gems, que até então era uma divisão da Columbia Pictures e dirigiu para eles a série "Merry Mannequins", considerada por diversos autores, como o seu melhor trabalho, antes de voltar a trabalhar novamente para a Disney em 1940. Ao retornar à Disney, Iwerks começou a trabalhar principalmente no desenvolvimento de novos efeitos visuais especiais. Por esse seu trabalho, Iwerks é creditado como o desenvolvedor dos processos de combinação de live-action e animação, que ele utilizou na série "Song of the South" em 1946, bem como o processo de xerografia, que ele adaptou para a animação cel. Ele também trabalhou na WED Enterprises (atualmente conhecida como Walt Disney Imagineering) ajudando a desenvolver muitos temas para a Disney, como o parque temático, durante os anos sessenta.

Iwerks também criou efeitos especiais que permitiram trabalhos fora do estúdio e durante essa época recebeu uma indicação ao prémio da Academy Award por seu trabalho junto a Alfred Hitchcock no filme "The Birds" de 1963. Pelo desenvolvimento e criação de várias técnicas para o cinema de animação, Ub Iwerks recebeu dois Oscares, um em 1959 e outro em 1964.

Iwerks é um cartunista famoso, além da criação da animação do Rato Mickey, da criação da série animada "Flip and Flop" no seu próprio estúdio, ele também é bastante conhecido pelo seu modo rápido de trabalhar com animação. Muitos amigos da sua época afirmam que ele era capaz de realizar mais de 700 desenhos num só dia, além de possuir um senso de humor excêntrico.
Ub Iwerks morreu no dia 7 de Julho de 1971, de um ataque cardiaco, em Burbank, Califórnia, aos 70 anos de idade. Mais tarde, em 1999, um filme-documentário chamado "The Hand Behind the Mouse: The Ub Iwerks Story" foi apresentado, seguido de um livro escrito por Leslie Iwerks e John Kenworthy, em 2001. O documentário sobre Iwerks foi criado pela sua neta Leslie Iwerks e apresentado como parte da série "The Walt Disney Treasueres, Wave VII".

Carl Barks - "Hans Christian Andersen dos quadrinhos"

Nascido em Merrill, Oregon, 27 de Março de 1901 — 25 de Agosto de 2000, foi um famoso ilustrador dos estúdios Disney e criador de arte seqüencial, responsável pela invenção de Patópolis e muitos de seus habitantes: Tio Patinhas (1947), Gastão (1948), Irmãos Metralha (1951), Professor Pardal (1952) e Maga Patalógika (1961), entre outros. A qualidade de seus roteiros e desenhos lhe rendeu os apelidos O Homem dos Patos e O Bom Artista dos Patos. O autor de quadrinhos Will Eisner chamou-o de "Hans Christian Andersen dos quadrinhos".

Filho de William Barks e sua esposa Arminta Johnson. Ele tinha um irmão mais velho chamado Clyde. Seu avô paterno se chamava David Barks e seus avós maternos eram Carl Johnson e Suzanna Massey, mas além disso pouco se sabe sobre seus antepassados. De acordo com a descrição de Carl de sua infância, ele era uma criança bastante só. Seus pais possuíam uma milha quadrada (2,6 km²) de terra que serviu como sua fazenda. O vizinho mais próximo vivia a meia milha (800 m), mas ele era mais como um conhecido dos pais de Barks do que um amigo. A escola mais próxima ficava a aproximadamente duas milhas (3 km) e Carl tinha que caminhar aquela distância diariamente. A área rural tinha poucas crianças, porém, e Barks se lembrou que sua escola só tinha mais uns oito ou dez alunos. As lições iam das nove horas da manhã às quatro horas da tarde, quando ele tinha que voltar à fazenda. Lá ele não tinha ninguém para conversar, pois seus pais estavam ocupados e ele tinha pouco em comum com seu irmão.

Em 1908, William Barks (em uma tentativa para aumentar a renda familiar) se mudou com sua família para Midland, Oregon, algumas milhas ao norte de Merril, por ser mais próxima das (então novas) linhas da estrada de ferro. Ele estabeleceu uma fazenda de criação de gado e vendia sua produção para os matadouros locais. Clyde, de nove anos, e Carl, de sete, lá trabalharam por longas horas. Mas Carl se lembrou mais tarde que a multidão que se reuniu na feira de Midland deixou nele uma impressão muito forte. Isto era de se esperar, pois ele não estava acostumado a multidões. De acordo com Carl, o que mais chamou sua atenção foram os vaqueiros que freqüentavam o mercado com seus revólveres, davam apelidos estranhos um ao outro e tinham senso de humor.
Antes das 1911, eles tinham tido êxito suficiente para se mudar para Santa Rosa, Califórnia. Começaram cultivando legumes e montaram alguns pomares. Infelizmente, os lucros não eram tão altos quanto William esperavam e a família começou a ter dificuldades financeiras. A ansiedade de William provavelmente foi o que causou seu primeiro colapso nervoso. Assim que William se recuperou, tomou a decisão de voltar para Merrill. O ano era 1913, e Carl já tinha doze anos; mas, devido às mudanças freqüentes, não tinha ainda conseguido completar a escola primária. Retomando seus estudos, Carl conseguiu se formar em 1916.

1916 serviu como um momento decisivo na vida de Carl por várias razões. Primeiro, Arminta, sua mãe, morreu neste ano. Segundo, seus problemas de audição, que já existiam, ficaram sérios a ponto de Carl ter dificuldade para escutar o que os professores diziam. Sua audição ficaria cada vez pior, mas ele ainda não tinha comprado um aparelho auditivo; mais à frente, ele não poderia passar sem um aparelho. Em terceiro lugar, a escola secundária mais próxima da fazenda ficava a 8 km, e mesmo que ele se matriculasse provavelmente sua má audição traria problemas de aprendizagem. Muito decepcionado, Barks teve que decidir parar com sua educação escolar. Na ocasião ele era um adolescente bastante tímido e melancólico. Não seria muito diferente no resto de sua vida.

Barks começou a se ocupar com vários trabalhos, sem muito sucesso: fazendeiro, lenhador, torneiro, condutor de mulas, vaqueiro e impressor. Ao mesmo tempo ele interagiu com colegas que tinham disposição satírica até diante das maiores dificuldades. Carl diria mais tarde que, se não fosse o humor em suas vidas atribuladas, eles teriam enlouquecido. Daí em diante Carl adotaria essa atitude diante da vida, o que influiria na criação de seus personagens mais conhecidos: Pato Donald e Tio Patinhas. Donald vagueia de trabalho em trabalho, habitualmente sem sucesso, no que era inspirado pelas próprias experiências de Carl. Até quando tinha êxito, era apenas um sucesso temporário antes de outra decepção para o pato. Carl também estava familiarizado com essa situação. A diferença principal de Patinhas para Donald, de acordo com Carl, é que o primeiro enfrentara as mesmas dificuldades no passado, mas com inteligência, determinação e trabalho duro, ele conseguiu a tudo superar. Ou como o próprio Patinhas diria a Huguinho, Zezinho e Luisinho: sendo mais duro que os durões e mais esperto que os espertalhões. Até mesmo nas histórias vividas no presente Patinhas trabalharia para resolver seus muitos problemas, embora freqüentemente as histórias mostrassem que seus esforços constantes pareciam fúteis afinal. Além disso, Scrooge era bastante semelhante a seu criador, parecendo tão melancólico, introspectivo e reservado quanto ele. Através dos dois personagens Carl mostraria seu senso de humor sarcástico. O período difícil na vida do artista parece tê-lo ajudado a amoldar muitas de suas visões sobre a vida expressas por suas criações.

Ao mesmo tempo, Carl tinha começado a pensar sobre como transformar seu passatempo, desenhar, em profissão. Desde sua infância, ele passava seu tempo livre desenhando com qualquer material que pudesse encontrar. Tentou melhorar seu estilo copiando os desenhos dos artistas de histórias em quadrinhos dos jornais. Buscou criar suas próprias expressões faciais, figuras e situações cômicas, mas quis estudar o estilo e o uso de cores e tons dos mestres artistas. Entre seus primeiros favoritos estavam Winsor McCay (conhecido pelo Pequeno Nemo) e Frederick Burr Opper, mas estudou todos os estilos que chamaram sua atenção. Aos 16 anos, era basicamente um autodidata, mas decidiu tomar algumas lições por correspondência. Só seguiu as primeiras quatro lições, mas teve que parar porque o trabalho tomava muito de seu tempo. Porém, segundo o próprio Barks, as lições se mostraram muito úteis na melhora de seu estilo. Em dezembro de 1918, ele deixou a casa dos pais para procurar trabalho em São Francisco, Califórnia. Trabalhou durante algum tempo em uma pequena editora enquanto tentava vender seus desenhos a jornais e outras publicações, mas não teve muito sucesso. Após dois anos sem êxito, voltou ao Oregon, onde se casou em 1923. Foi depois para Roseville, e por cinco anos desenhou para uma empresa chamada Pacific Fruit Express. Em 1928, trabalhava como desenhista de charges para a revista Calgary Eye-Opener, de Mineápolis.

Em 1935, Barks começou como animador, roteirista e diretor de criação[1] nos Estúdios Disney, onde viria a construir sólida reputação.[2] Apesar de trabalhar basicamente com desenhos animados do Pato Donald, ele cuidou de duas seqüências do filme Bambi e foi intercalador em um desenho do Mickey.

Em 1942, a editora que publicava as histórias em quadrinhos do Pato Donald precisava de material inédito e procurou-o. Foi aí que surgiu "O Tesouro do Pirata" ("Donald Duck Finds Pirate Gold", no original em inglês), aventura baseada em uma animação que não chegou a sair do papel, com roteiro de Bob Karp. Os desenhos foram divididos entre Barks e Jack Hannah. Esta não foi, contudo, seu primeiro trabalho com quadrinhos para a Disney: ele já tinha, naquele mesmo ano, assinado o roteiro de uma história do cão Pluto, ao lado de Hannah e Nick George. Em 6 de novembro daquele ano, Barks deixou o emprego de animador. O motivo "oficial" foi que o ar-condicionado agravara sua sinusite, mas os problemas principais foram o racionamento de combustíveis imposto pela Segunda Guerra Mundial, que dificultava o acesso ao escritório, e o fato de fazer desenhos animados com propaganda bélica. No mês seguinte, trabalhando a partir de casa, passou a colaborar regularmente com a Western Publishing, que editava os quadrinhos do Pato Donald. A editora mandou a ele um argumento de HQ, que ele devia desenvolver. Percebendo alguns "furos" no roteiro, Barks escreveu de volta perguntando se poderia fazer modificações. Diante da resposta positiva, deu o seu estilo à trama, o que lhe valeu um convite para escrever uma história e desenhá-la. A partir daí, iniciou um trabalho que produziu, ao longo de 25 anos, mais de 6 mil páginas e 500 histórias. Barks fez uma reestilização do pato, arredondando seu corpo e diminuindo o bico, e imprimindo um estilo mais alegre. Em 31 de maio de 1994, quando já tinha 93 anos, Barks foi pela primeira vez à Europa, em um verdadeiro tour por 11 países, que incluiu de desfiles em carro aberto a sessões de autógrafos e reuniões com autoridades e artistas locais. Carl Barks influenciou outros artistas. Talvez o mais famoso seja Steven Spielberg, que baseou ao menos duas cenas dos filmes de Indiana Jones em roteiros do "Homem dos Patos". A seqüência da pedra que rola na direção do personagem de Harrison Ford, em Os Caçadores da Arca Perdida, é baseada no "Quebra-Crânio Rugidor" idealizado por Barks na história "As Cidades do Ouro", de 1954. A inundação da mina em Indiana Jones e o Templo da Perdição foi inspirada em parte do roteiro de "As Minas do Rei Toleimon", de 1958.

Pato Donald

O Pato Donald (em inglês: 'Donald Duck') é um personagem de desenhos animados e arte sequencial dos estúdios de Walt Disney, criado em 1934. Donald é um pato branco, de pernas e bico alaranjados, veste sempre uma camisa e quepe de marinheiro. O motivo para isto é que na época em que foi feito, todos os personagens precisavam vestir roupas. Seu nome completo é Donald Fauntleroy Duck.

A voz "grasnada" de Donald foi criada pelo dublador Clarence Nash que até então era apenas um homem vindo da zona rural de Watonga, Oklahoma. Nash tinha o dom natural para imitar animais, inclusive sons de patos. No início dos anos 30, mudou-se para a Califórnia, onde fez locução de propaganda numa rádio. A voz que Nash criou para Donald consistia em falar palavras através de um tipo de "ruido", feito com o canto da boca e os dentes molares, que lembrava o grasnado de um pato. Após Walt Disney o escutar recitando o poema "Mary Tinha um Carneirinho" (Mary Had a Little Lamb) com sua "voz de pato", chamou-o para uma audição e imediatamente o contratou, adivinhando que havia escolhido a voz certa para o seu novo personagem, Donald. Nash o dublou pela primeira vez no curta A Galinha Esperta ("The Wise Little Hen"). Nessa animação, além de Donald, há também o Porco Peter ("Peter Pig") que também fala palavras através de sons que lembram grunidos de porco, além da própria Galinha Esperta que emite cacarejos na pronúncia. Clarence Nash voltou a dublar o pato novamente no desenho "Orphan's Benefit" (traduzido como "Show Para os Órfãos" ou "Em Benefício dos Órfãos"), onde Donald recita novamente o poema que fez com que Walt Disney contratasse Nash. E outro chamado "Little Boy Blue, come blow your horn" (ou "Menininho Triste, toque sua corneta" na dublagem brasileira); este desenho foi feito originalmente em preto e branco em 1934 e refeito em cores mais tarde, no ano de 1941 (As duas versões do curta, no entanto, contaram com o mesmo áudio e as mesmas falas, gravadas em 1934).
Clarence Nash deu voz ao Donald em mais de cem desenhos animados inclusive em outras línguas como português e espanhol, em filmes como: The Three Caballeros e Saludos Amigos (ele teve ajuda de roteiros escritos foneticamente, para que pudesse falar as palavras estrangeiras usando as pronúncias corretas); no caso destes dois filmes, os três dubladores, de Donald, Zé Carioca e Panchito, tiveram que dublar as versões em outras línguas para outros países (no DVD de "Você já Foi a Bahia", estão presentes as três versões, dos EUA, Brasil e México). A pedido de Walt Disney, Nash também dublou Donald em outras línguas em alguns dos seus curtas de 7 minutos, sendo que nas versões feitas para o Brasil naquela época, o narrador era Aloysio de Oliveira, que inclusive também fez a narração de alguns desenhos em que o Pateta aparece sem falas, por exemplo o curta Como Jogar Golfe ("How to Play Golf"). Uma curiosidade é que nos clássicos desenhos de cinema em que Huguinho, Zezinho e Luizinho aparecem, todos os três tem a mesma voz, que também é feita por Clarence Nash (porém, mais fina que a de Donald). Pois, naquele tempo os três sobrinhos tinham a mesma personalidade, falavam e agiam em sncronia e algumas vezes dizendo frases fragmentadas como: "Olá!" "Tio!" "Donald!" (eles foram os primeiros gêmeos nos desenhos animados a falarem frases fragmentadas desta maneira, e foram seguidos depois também por Pipeye, Pupeye, Poopeye e Peepeye, os sobrinhos quadrigêmeos do Popeye). Em séries produzidas mais recentemente como Duck Tales e TV Quack Pack, os três sobrinhos tem personalidades diferentes uma da outra, e não falam todos com a mesma "voz de pato" de Donald. A pata "Donna Duck" que aparece no curta "Don Donald" em 1937 (e que é como um protótipo da Margarida) também foi dublada por Clarence Nash mas somente em episódios posteriores a esse. A namorada de Donald ganhou a sua própria voz e recebeu o nome de "Daisy Duck". Clarence Nash permaneceu como a única voz do pato nos Estados Unidos até a sua morte em 1985, e, logo após, Donald passou a ser dublado por Tony Anselmo, que foi treinado pelo próprio Nash quando este ainda era vivo; mesmo com Anselmo fazendo uma voz um pouco mais aguda do que a que Donald tinha nos desenhos mais antigos.

Donald fez sua primeira aparição em 9 de Junho de 1934 no episódio The Wise Little Hen (lançado no Brasil com o título de "A Galinha Esperta") da série Sinfônias Tolas. De lá para cá Donald apareceu em vários desenhos do Mickey, ao lado de personagens como Pateta e Pluto. Mas foi apenas em 1937 que Donald estreou sua própria série animada ao lado de sua amada Margarida. O desenho era Don Donald. Seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho apareceriam um ano mais tarde, no episódio Os Sobrinhos de Donald.

Angariando grande popularidade graças a comicidade dos desenhos animados, os Estúdios Disney foram obrigados a mudar de estilo com a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial em 1942. A produção de desenhos passou a integrar o esforço de guerra norte-americano, abordando a guerra como tema. Em 1942, foi feito um desenho de propaganda anti-nazista, chamado de "A Face do Führer". Esse desenho mostra Donald vivendo na Alemanha Nazista, onde ele é forçado a trabalhar em uma fábrica de produção em série de armamento bélico pesado e de fotografias produzidas em série do Führer Adolf Hitler.

No entanto, o desenho mostra ainda uma certa ingenuidade dos seus produtores, com alguns furos como a crítica à produção em série, algo comum nos Estados Unidos desde a década de 1930. Em outro desenho, "O Espírito de 1943", o Pato Donald é convencido a contribuir com parte do seu salário, para os altos impostos de guerra. Nesse desenho ele contracena com sua consciência dividida, gastadora e econômica, cujas aparências personificadas lembram os futuros Tio Patinhas e Gastão.

O Pato Donald não foi o único personagem de desenhos infantis a se mostrar contra o Nazismo. Personagens como Popeye, Patolino, Mickey, O Gato Félix e tantos outros deixaram de lado as piadas do cotidiano, e passaram a mostrar conteúdo violento, usando armas e jogando bombas de avião, dentre outras coisas. Ainda como parte do esforço de guerra, mas voltando à fórmula da comicidade e da musicalidade, Donald participou de dois longas com temas dirigidos à América do Sul, um interesse estratégico para os militares em guerra: Saludos Amigos (1943), com o papagaio brasileiro Zé Carioca e The Three Caballeros (1944), com Zé, Donald e o mexicano Panchito.

Depois da guerra, Donald estrelou diversos curtas retornando aos temas mais amenos, como as vezes em que foi atormentado por personagens como os esquilos Tico e Teco.

Prof. Pardal

Professor Pardal (Gyro Gearloose em inglês) é um personagem de ficção, um galo antropomorfo criado em 1952 por Carl Barks para a Walt Disney Company que surgiu originalmente nos quadrinhos como um amigo de Pato Donald, Tio Patinhas e todos que se associam a eles.

O Professor Pardal é o inventor mais famoso de Patópolis, é um amigo das Escoteiros-Mirins e tem bons sentimentos com todo mundo. Mesmo que suas invenções não funcionem sempre da maneira que se espera, suas intenções são sempre boas. Pardal é ajudado frequentemente por Lampadinha (criado por Barks em 1953), um pequeno andróide com uma lâmpada no lugar da cabeça, que é considerado sua maior invenção (ao lado do "chapéu pensador", um dispositivo em forma de telhado com chaminé habitado por corvos, que o ajuda a ter idéias). Outro assistente freqüente é seu sobrinho Pascoal, um menino-prodígio que encontra soluções criativas em todas as situações (a lanterna que projeta escuridão e o destorcedor de furacões são alguns exemplos). Na escola italiana de quadrinhos Disney, Pardal criou todo o equipamento do Superpato. No Brasil, ele criou os apetrechos do atrapalhado Morcego Vermelho. Em algumas histórias, o maior rival do Professor Pardal é o Professor Gavião, mas os Irmãos Metralha e Maga Patalójika também se destacam como seus antagonistas. No seriado de animação DuckTales, uma de suas invenções dignas de nota foi o traje de Gizmo Pato (Robopato, na 2a temporada de Ducktales), destinado a ser vestido por um agente de segurança da Caixa-Forte de Patinhas.

Sua primeira história foi "Gladstone's Terrible Secret", publicada em maio de 1952, nos Estados Unidos. Esta história foi publicada no Brasil em 1956, na revista "Mickey" 51, com o título "A Sorte Do Gastão". A primeira história produzida no Brasil foi "O Rei Do Ié-Ié-Ié", publicada na revista "Zé Carioca" 869, de 1968 com roteiro e desenhos de Waldyr Igayara de Souza.

Familia PATO (Duck Tales)

Esta é uma lista dos integrantes da Família Pato, criada por Carl Barks e recriada por Don Rosa. Os mais famosos integrantes são o Pato Donald, Patinhas MacPatinhas e Huguinho, Zezinho e Luisinho.

1 1ª Geração
1.1 Sir Ildo MacPatinhas
1.2 Sir Lock MacPatinhas

2 2ª Geração
2.1 Capitão MacPatinhas
2.2 Contramestre Donaldo
2.3 Cornélio Patus
2.4 Imediato P.A. Tinhas
2.5 Sir Glutonius
2.6 Sir Mac Réco
2.7 Sir Quacquious

3 3ª Geração
3.1 Ambrósia Patus
3.2 Chico MacPatinhas
3.3 Cipriano Patus
3.4 MacSovinah
3.5 Maria Patilha

4 4ª Geração
4.1 Capitão Patico
4.2 Donalda
4.3 Donilda O'Pata
4.4 Dora Linda
4.5 Fergus MacPatinhas
4.6 Nicolau Patusco
4.7 Patus Quela
4.8 Tomás Reco

5 5ª Geração
5.1 Bicudo
5.2 Éder Patolfo
5.3 Ganso Gabriel
5.4 Gansolina
5.5 Gustavo Ganso
5.6 Hortênsia MacPatinhas
5.7 Matilda MacPatinhas
5.8 Patina Dora
5.9 Patinhas MacPatinhas
5.10 Patoso
5.11 Patrícia Pata

6 6ª Geração
6.1 Dumbela Pato
6.2 Ganso Gastão
6.3 Gansolino
6.4 Pato Donald
6.5 Peninha
6.6 Pai de Huguinho, Zezinho e Luisinho
6.7 Zeca Pato

7 7ª Geração
7.1 Huguinho, Zezinho e Luisinho

Huguinho, Zezinho e Luisinho são crianças trigêmeas filhas de Dumbela e de um pai desconhecido. Os três foram deixados pela mãe aos cuidados de seu tio Donald, mas Dumbela nunca mais retornou para buscá-los. Desde então Huguinho, Zezinho e Luisinho vivem com Donald e o cachorro Bolívar. Os três são generais-brigadeiros da Tropa A do 22º Batalhão dos Ecoteiros-Mirins de Patópolis. Por isso, são extremamente inteligentes e disciplinados como nenhuma outra criança. Huguinho, Zezinho e Luisinho gostam muito de seu tio-avô Patinhas e de sua bisavó Donalda. O trio carrega sempre consigo o Manual dos Escoteiros-Mirins, livro de bolso que reúne todo o conhecimento humano, e sempre saem a procurar tesouros com Patinhas. Há rumores de que o pai de Huguinho, Zezinho e Luisinho seja um filho entre Patinhas e Dora Cintilante

8 Amigos da Família
8.1 Margarida
8.2 Lalá, Lelé e Lili
8.3 Professor Pardal

Peninha e Biquinho


Peninha é um personagem do Universo Disney, cujo nome original é Fethry Duck. O atrapalhado e avoado pato foi criado por Dick Kinney e Al Hubbard. Estreou numa história do seu primo Pato Donald, Fome para fortalecer, em Agosto de 1964, na Itália (Paperoga). No Brasil, esta história foi publicada em 1965. Aliás esta foi uma grande dúvida sanada graças a Internet, pois por muito tempo, acreditava-se que a primeira história do Peninha publicada no Brasil tinha sido O primo dinamite, em 1966. Isso porque a história O primo dinamite foi a primeira publicada nos Estados Unidos. Tornou-se uma personagem bastante popular na Europa e América do Sul, onde se produziram muitas das suas aventuras. Desde o início, as aventuras deste personagem destinaram-se ao mercado externo e não ao mercado interno norte-americano.

O primeiro número da primeira revista mensal portuguesa de Walt Disney, intitulada Mickey e lançada em Abril de 1980, pela Editora Abril, contava com uma história na qual participava, ao lado de Donald, Tio Patinhas e Urtigão: Adivinhe quem vem jantar (Dunkin Kinds Ate Here), da autoria de Dick Kinney e Tony Strobl, publicada originalmente em 1969 e sendo uma das muitas histórias produzidas nos EUA destinadas a países estrangeiros. No Brasil foram criados o super-herói Morcego Vermelho (sátira ao Batman), os alter-egos Pena Kid, Pena das Selvas (sátira ao Tarzan) e outros mais, além do seu sobrinho Biquinho.

De acordo com a Árvore Genealógica da Família Pato de Don Rosa, Peninha é filho de Patolfo (Eider, no original em inglês) e Patina Dora (Lulubelle Loon, no original em inglês), a prima do Pato Donald, e teve um irmão chamado de Zeca Pato (Abner Duck, no original em inglês). No entanto, como Peninha não foi criado por Carl Barks, que também nunca o usou em suas histórias, a princípio Rosa não havia incluído o personagem como da família, só o fazendo por pressão dos editores.

Nos EUA, em 2003 Peninha foi relançado, continuando a aparecer nos anos seguintes, com histórias inéditas e publicação do material dos anos 1960 de Kinney/Hubbard, nas revistas "Uncle Scrooge" (Tio Patinhas) e "Walt Disney's Comics and Stories".

Peninha já foi de tudo um pouco, vendedor, bombeiro, salva-vidas, mas na maioria das vezes é retratado como jornalista, do jornal A Patada, de propriedade do Tio Patinhas. Trabalha no jornal junto com seu primo Donald.Também é o tutor do Biquinho, seu sobrinho. Adora meter em confusão o gato do seu primo Donald, que sofre com suas trapalhadas, o Ronrom.

Peninha foi uma revista em quadrinhos brasileira estrelada pelo Peninha e editada pela Editora Abril. Teve duas séries. A primeira durou cinquenta e seis (56) edições e foi de Setembro de 1982 a Outubro de 1984, com periodicidade quinzenal. A segunda série durou dezenove edições e foi de Setembro de 2004 a Janeiro de 2007, com periodicidade mensal. A edição mundial de estréia do personagem foi na Itália, na revista Topolino #453, em 1964. Primeira história brasileira - Aconteceu em 1972, na revista Pato Donald #1078. A história se chamava "Que Peninha!", dos artistas Júlio de Andrade e Moacir Rodrigues Soares. História nunca mais republicada.

Peninha e Donald trabalham no jornal A Patada, cujo dono é o Tio Patinhas. O principal jornal concorrente é A Patranha, cujo dono é o Patacôncio, arqui-inimigo do Tio Patinhas.
Peninha e Donald são dois jornalistas, mas o que eles menos fazem é trabalhar, sempre dão um jeito de ludibriar o Tio Patinhas. E quando saem do jornal para fazer alguma matéria, sempre armam confusão. Por essas e outras vivem tendo descontos no salário. Numa época, por contenção de custos, o Tio Patinhas decidiu remover a coluna de horóscopo, que não dava lucro e adicionar uma seção de quadrinhos do jornal. Como o responsável pelo horóscpo era o Peninha, ele passou a ser o escritor e desenhista dos quadrinhos do jornal. Peninha, sem idéia nenhuma em mente sobre o que escrever, resolve fazer quadrinhos sobre si mesmo, divagando, e sempre se colocando no papel de herói. É nessa época que surgem os spin-offs do Peninha. As histórias destes personagens fizeram tanto sucesso na época que nem comentava-se mais sobre o trabalho de escritor do Peninha, como introdução a elas; cada personagem tinha sua própria história, sem conexão com "A Patada".

As histórias contendo estes personagens foram criadas no Brasil, nos estúdios da Editora Abril, e depois ganharam o mundo, principalmente Itália, onde o personagem Peninha é adorado. Isto aconteceu no ano de 1974. Entre os criadores destes personagens spin off, temos os brasileiros dos quadrinhos, como Ivan Saidenberg e Carlos Edgard Herrero. A maioria destes personagens teve somente uma história, porém alguns deles viraram um sucesso. Dentre esses personagens, temos:
Pena Kid, o caubói
Pena das Selvas (Sátira ao Tarzan)
Pena das Arábias
Pena das Cavernas
Pena Rubra, o viking
Pena Escarlate
Penado, o espírito que desanda. Sátira ao personagem Fantasma, o espírito que anda, de Lee Falk.
O Morcego Vermelho não se encaixa nesta série. Na verdade ele é um super-herói. É uma identidade secreta do Peninha e não faz parte da imaginação do mesmo. Também outro personagem criado no Brasil, na década de 1970, sátira ao Batman.

Biquinho é um personagem de histórias em quadrinhos de Walt Disney criado por Waldyr Igayara, nos estúdios de quadrinhos da Editora Abril, no Brasil.
Biquinho é um filhote de pato, antropomorfizado, com características de uma criança cheia de energia e personalidade travessa. Sobrinho do Peninha, Biquinho é capaz de colocar até mesmo seu avoado tio em desespero.

Inicialmente apresentado apenas em traço, sem cor, Biquinho foi mostrado pela primeira vez na capa da revista Mickey número 353, de março de 1982, quando foi lançado um concurso para os leitores escolherem as cores que o personagem teria. Em julho de 1982, Biquinho foi oficialmente apresentado em cores na revista Almanaque Peninha e Biquinho número 2. Para enfatizar as feições infantis do personagem, pela primeira vez a Disney permitiu um pato na cor amarela, como tipicamente são os patos jovens. Na Itália, o personagem é retrato como os outros membros da família pato, na cor branca

Mickey Mouse

Mickey Mouse (conhecido em português por Rato Mickey (português europeu) ou Mickey (português brasileiro) é um personagem de desenho animado e que se tornou o símbolo da The Walt Disney Company. O personagem foi criado em 1928 por Walt Disney e o desenhista Ub Iwerks e dublado por Walt Disney. The Walt Disney Company celebra seu aniversário em 18 de novembro de 1928, que é a data de lançamento de Steamboat Willie, embora até meados dos anos 1980 a data fosse comemorada em 28 de setembro. O camundongo antropomórfico evoluiu de ser simplesmente um personagem de desenhos animados e quadrinhos para se tornar um dos símbolos mais conhecidos do mundo. Uma curiosidade é a que Mickey Mouse estaria sob domínio público desde 1998 — a proteção dos direitos autorais nos Estados Unidos só dura setenta anos —, não fosse a aprovação pelo congresso americano da lei de prorrogação do copyright (lei essa que ganhou o apelido de Lei Mickey)que expandiu por 20 anos os direitos autorais de todas as obras americanas que não tivessem caído ainda em domínio público, o que faz com que tal situação só ocorra em 18 de novembro de 2018.

O personagem Mickey foi criado em 15 de maio de 1928, no curta animado mudo Plane Crazy. O primeiro desenho sonoro foi Steamboat Willie, e este é muitas vezes erroneamente apontado como sendo a primeira aparição definitiva do personagem. Sua reprodução vocal (dublagem) a partir de Steamboat Willie era desempenhada pelo próprio Walt Disney (entre 1928 e 1946). Evoluiu de um simples personagem de cartooning e tiras cómicas para um dos personagens mais conhecidos do mundo. Depois de Walt Disney, foi James G. MacDonald que assumiu a vocalização do Mickey e em 1977 Wayne Allwine, um aprendiz de James G. MacDonald que foi a voz do Mickey até a sua morte em 2009. Atualmente o Mickey é dublado por Bret Iwan.

Inicialmente batizado de Mortimer, o personagem teve seu nome alterado para Mickey Mouse por sugestão de Lillian, esposa de Walt Disney, que considerava o primeiro nome formal demais para o personagem. Inicialmente, Mickey bebia e fumava, mas a popularidade que ganhou em pouco tempo foi tão grande que Walt Disney resolveu torná-lo politicamente correto já em 1930. Disney considerava o camundongo um amuleto, já que seu sucesso quase imediato em 1928 fez com que saísse da miséria, portanto rechaçou diversas tentativas de seus sócios e subordinados de "matar" o personagem ainda nos anos 1930. Ele dizia (e sua esposa concordava): "Nunca liguei para garotas e continuo não ligando. Amo Mickey Mouse mais do que qualquer mulher que já conheci."

Na banda desenhada (no Brasil, histórias em quadrinhos) atual, os seus melhores amigos são Pluto e Pateta e a sua namorada é Minnie. Há uma linha de histórias em que aparece o personagem Esquálidus, criado por Floyd Gottfredson. Em certas histórias, Mickey costumava andar com o Pato Donald (segundo a tradução brasileira, ambos moram na mesma cidade, Patópolis), mas os universos dos dois são separados.

Tipicamente, Mickey surge em calções vermelhos e sapatos amarelos, uma homenagem que seu criador, Walt Disney, fez à Ordem DeMolay, da qual era membro. Em outras linhas de histórias, são abordados variadíssimos temas; numa delas, Mickey é um detetive, e veste casaco e todo o traje costumeiro. Um dos temas mais conhecidos é o duelo constante com o inimigo Bafo-de-Onça e, noutro tema, também enfrenta o Mancha Negra.

As tiras de Mickey foram publicadas pela primeira vez no Brasil na revista O Tico Tico em 1930, nessa publicação Mickey era chamado de Ratinho Curioso. Atualmente em Portugal e no Brasil a publicação das revistas de banda desenhada cabe à Editora Abril. Além de seu próprio título mensal, Mickey foi destacado como personagem num dos manuais Disney e no Grande Livro Disney (1977).

Nas dublagens brasileiras, o personagem foi dublado inicialmente por Luís Manuel nos anos 60 e 70, e depois substituído nos anos 80 (mais tarde Luís chegou a dublar Mickey novamente, algumas vezes nos anos 90, na redublagem de Como é Bom se Divertir, e em em curtas dublados nos estúdios Sincrovídeo, e Delart para VHS como "Os Maiores Sucessos do Pateta", e outros). Na década de 80 o personagem foi assumido por Cleonir dos Santos, substituíndo Luís Manuel (Cleonir fazia o Donald algumas vezes, nas dublagens onde Luís Manuel fazia o Mickey). No final dos anos 80, com o lançamento dos VHS da Disney, o Mickey ganhou a voz de Orlando Viggiani (mais parecida com a voz original feita por Luís Manuel nos anos 60). Mickey já foi feito também por Nizo Neto (em alguns episódios), Manolo Rey (em "Uma Cilada para Roger Rabbit"), Sérgio Moreno (em produções modernas), e atualmente é dublado por Guilherme Briggs em "A Casa do Mickey Mouse". Em Portugal, a dublagem era a mesma utilizada no Brasil até ao momento em que Portugal passou a fazer as suas próprias dublagens, e desde então a voz do personagem é dublada pelo ator Rui Paulo.

Personagens relacionados
Minnie Mouse - a namorada romântica de Mickey.
Pato Donald - é seu melhor amigo, um pato bem nervosinho.
Pateta - é outro melhor amigo, bem atrapalhado.
Pluto - o seu cachorro.
Bafo-de-Onça - seu pior inimigo.
Mancha Negra - um dos vilões que Mickey enfrenta.
Coronel Cintra - chefe de polícia de Patópolis, que sempre chama Mickey para ajudá-lo a resolver casos.
Esquálidus - personagem inventado pelos Estúdios Disney da Itália.
Chiquinho e Francisquinho - seus dois sobrinhos peraltas.
Horácio e Clarabela - amigos. Apareceram em vários curtas.
Ranulfo - em inglês, Mortimer. É o equivalente de Gastão para o Pato Donald, um chato que tenta roubar sua namorada.

Walter Elias Disney

Walter Elias Disney (Chicago, 5 de dezembro de 1901 — Los Angeles, 15 de dezembro de 1966) foi um produtor cinematográfico, cineasta, diretor, roteirista, dublador, animador, empreendedor, filantropo e co-fundador da The Walt Disney Company. Tornou-se conhecido, nas décadas de 1920 e 1930, por seus personagens de desenho animado, como Mickey e Pato Donald. Ele também foi o criador do parque temático sediado nos Estados Unidos chamado Disneylândia, além de ser o fundador da corporação de entretenimento, conhecida como a Walt Disney Company.
O lema de Disney sempre foi "Keep moving forward" (português - "Continue seguindo em frente").

Walt Disney nasceu no dia 5 de dezembro de 1901, em Chicago, nos Estados Unidos. Passou a maior parte de sua infância numa fazenda em Marceline, no Missouri. Foi um período muito difícil para o menino, devido aos castigos impostos pelo pai, Elias Disney (1859-1941), homem bastante severo. Depois de descobrir que não tinha uma certidão de nascimento, alimentou a idéia de que era filho adotivo. Esse fato iria influenciar algumas de suas atitudes posteriormente.
Aos 16 anos, começou a estudar arte. Como não havia atingido a maioridade, foi-lhe recusada permissão quando procurou alistar-se no Exército durante a Primeira Guerra Mundial. Conjuntamente com um amigo, decidiu então juntar-se à Cruz Vermelha. Pouco tempo depois, foi enviado para França, onde passou um ano a dirigir ambulâncias da Cruz Vermelha.
De volta aos Estados Unidos, matriculou-se na "Kansas City Arts School". Foi iniciado na Ordem DeMolay, a qual freqüentou por muitos anos. Em seguida, trabalhou em algumas agências publicitárias. A seguir, entrou para uma companhia cinematográfica, na qual ajudava a fazer os cartazes de propaganda dos filmes. Walt Disney também pertenceu ao Movimento Escoteiro.

Com o irmão Roy e o amigo Ub Iwerks, criou a pequena produtora "Laugh-O-Gram", que animava contos de fadas. Esses desenhos animados eram exibidos no cinema local antes dos filmes. Em 1923, mudaram-se para Hollywood, em Los Angeles. Em Hollywood, Walt Disney contatou a distribuidora de filmes M. J. Wrinkler, dizendo que o seu estúdio de animação tinha diversos filmes para vender. Wrinklers não só aceita a oferta como também aceita pagar 1500 dólares por cada filme. Depois de angariar dinheiro, adquirir material, contratar pessoal e arranjar pessoal, Walt começa a fazer planos: Alice, uma série em que uma moça convivia com personagens de cenário animado. Foi durante este tempo de imenso trabalho em que Walt conheceu sua futura esposa, Lilian Bonds. Depois de Alice, veio Oswald, o coelho sortudo, um grande sucesso que levou à reavaliação dos valores dos contratos quanto aos preços dos filmes. Foi para Nova Iorque, onde foi apanhado de surpresa. O patrão para quem Walt desenhou Alice e Oswald, roubou-lhe os personagens, a equipe de desenhistas e as encomendas, porque as mesmas não foram assinadas em seu nome. Walt enviou um telegrama ao irmão dizendo que tudo estava certo e para não se preocupar, pois ele já tinha em mente uma personagem espetacular: Mickey Mouse.

Walt Disney em uma cena do trailer de 1937 do filme da Branca de Neve, apresentando os Sete Anões, atraves de modelos dos personagens. Para superar a fase difícil e contornar os prejuízos, Ub Iwerks criou para Walt Disney Mickey Mouse em 1928 para competir com o sucesso do Gato Félix. O camundongo, desenhado a partir de uma série de círculos, provou ser ideal para o desenho animado e se tornaria o personagem de maior sucesso dos estúdios Disney. Nessa época, a produtora passou a ser mais bem organizada: Roy cuidava da parte financeira, Walt produzia e dirigia, e Iwerks desenhava.

Em 1927, já se havia inventado o filme sonoro. Poucos anos depois, inventou-se o filme colorido. Disney e seus assistentes utilizaram as novas técnicas com muita imaginação.
O primeiro desenho foi Plane Crazy, de 1928, no qual o personagem contracenava com sua namorada Minnie Mouse. O primeiro desenho com som foi Steamboat Willie, também de 1928. As primeiras palavras do camundongo foram Hot dogs, hot dogs, numa canção do episódio The Karnival Kid, de 1929. Surgiram, em seguida, mais personagens para contracenar com Mickey: Pato Donald, Pateta e Pluto.

De 1929 a 1939, Disney produziu uma série de desenhos chamada "Silly Symphonies"(Sinfonias Tolas), a primeira colorida. Mickey estrelava esses filmes ao lado dos novos personagens. O desenho "Flowers and Trees", dessa série, recebeu o primeiro Oscar para um desenho animado. Infelizmente, Pot Powers, um dos maiores sócios de Walt, manipulou o valor dos bilhetes para enriquecer. A jovem empresa Disney prosseguiu, um pouco empobrecida, mas Walt tinha uma carta na mão: o primeiro longa-metragem sonoro e em cores.

Walt Disney pretendia fazer um longa-metragem da clássica história Branca de Neve. Houve protestos por parte da equipe, mas o filme foi feito. Após três anos de produção, desenho e músicas, o filme estreou. Branca de Neve e os Sete Anões gerou fundos necessários para a construção de um novo estúdio e foram criados novos longas-metragens: Pinóquio, Fantasia e Bambi.[4] Infelizmente, os tempos de lucro não duraram muito, devido ao início da Segunda Guerra Mundial em 1939.

Durante o período da Segunda Guerra Mundial, Walt Disney passou a colaborar com o FBI, a polícia federal estadunidense. Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, Disney foi convidado pelas Forças Armadas para produzir desenhos animados de treinamento para os soldados. Em seguida, começou a fazer filmes de propaganda militar, nos quais utilizava principalmente seus personagens mais conhecidos. Algum tempo depois, ajudou a criar a "Aliança do Cinema para a Preservação dos Ideais Estadunidenses", com o objetivo de combater o comunismo no meio artístico. Walt Disney prestou voluntariamente diversos depoimentos na "Comissão das Atividades Antiamericanas". Devido às suas atividades contra o comunismo, em 1949 o governo soviético proibiu a exibição de filmes dos estúdios Disney no país.

Walt Disney e Wernher von Braun, que trabalhou nos Estúdios Disney na década de 1950 como diretor técnico, realizando três filmes para televisão sobre a exploração espacial.
Depois da guerra, Walt Disney estava com sua empresa arruinada. Walt tinha duas opções: ou fazia um filme ou vendia a empresa. Decidiu, assim, fazer o filme Cinderela. O filme foi um sucesso e gerou riqueza para que a empresa continuasse. Mas Disney não trabalhou apenas com desenhos animados. Seu primeiro longa-metragem com atores foi A Ilha do Tesouro (1950). O primeiro sobre a natureza foi O Drama do Deserto (1953). Em 1954, fez 20.000 léguas submarinas, baseado na obra do escritor francês Júlio Verne. Dez anos depois, produziu Mary Poppins, uma mistura de desenho animado com personagens humanos. O filme concorreu ao Oscar em 14 categorias, levando cinco prêmios, incluindo o de melhor atriz, para Julie Andrews e o de melhor canção, por Chim Chim Cher-ee. Disney produziu também diversos filmes para televisão, sendo ele próprio o apresentador do seu programa.

Disney obteve um de seus maiores êxitos em 1955 ao inaugurar a Disneylândia, um superparque de diversões situado em Anaheim, na Califórnia. O parque foi construído graças a uma parceria com a rede de televisão ABC. Existe ainda um outro parque semelhante, chamado Walt Disney World, perto de Orlando, na Flórida, que foi inaugurado em 1971, após a morte de Disney. Quase todos os brinquedos, desfiles e espetáculos desses dois parques baseiam-se nos personagens dos filmes de Disney. O cineasta, porém, não viveu para ver as atrações da Disneyworld, como o Epcot, o Magic Kingdom, os estúdios MGM (atual "Hollywood Studios") e o Disney Animal Kingdom, além dos parques aquáticos. Walt Disney faleceu no dia 15 de dezembro de 1966, aos 65 anos, em Los Angeles, na Califórnia, vítima de câncer.

Com a ajuda de Lillian Bounds e das filhas Diane Marie e Sharon Mae, seu irmão Roy continuou comandando os negócios por mais algum tempo, vindo a falecer um mês após o término da construção do "Magic Kingdom" e a correspondente inauguração do "Walt Disney World".

Após a morte de Roy longos períodos de turbulência na administração da Companhia se seguiram, só alcançando novamente a estabilidade na década de 1980 sob a direção da dupla Eisner-Wells. Infelizmente, Wells veio a falecer num trágico acidente, fazendo com que Michael Eisner controlasse a empresa por longos anos, até que devido a vários desgastes, inclusive decorrentes de atritos com Roy E. Disney, sobrinho de Walt, Eisner entregasse em 30 de setembro de 2006 o cargo de CEO para o então presidente da Disney, Robert (Bob) Iger. Bob iniciou um novo ciclo de expansão da companhia, cujo marco inicial é a compra dos estúdios Pixar, o que fez com que Steve Jobs, CEO da Apple e dono da Pixar se tornasse o maior acionista pessoa física da Walt Disney Company.

Em 2001, ano do centenário de nascimento de Disney, o desenho animado "Branca de Neve e os Sete Anões" foi relançado em vídeo e DVD com várias novidades, como um "making of" do desenho, um videoclipe da canção Some Day My Prince Will Come, cantada por Barbara Streisand, e um jogo. Nos Estados Unidos, particularmente na Disneyworld e em Hollywood, diversos eventos foram programados para comemorar o centenário. Para além de estúdios cinematográficos, o vasto império criado por Walt Disney inclui diversos parques temáticos ("Disneylândia", "Disneyland Paris", "Disney Japan" etc.), inúmeros canais de televisão e elevados rendimentos originados na venda direta de filmes e livros, e nos direitos de utilização por outras entidades das imagens dos personagens. Walt Disney transformou-se numa lenda, tendo criado, com a ajuda da sua equipe, todo um universo de referências no imaginário infantil de sucessivas gerações. Além disso, Walt Disney é a pessoa que mais prêmios Oscar ganhou em todos os tempos.

Arte é...